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Métodos de Pesquisa: Do Básico ao Avançado com Exemplos

Métodos de pesquisa científica: do clássico ao contemporâneo com exemplos
Explore a diversidade de abordagens metodológicas na sua pesquisa

Conteúdo de Autoria do Professor Frossard | @prof.frossard

Neste guia apresentaremos uma grande listagem de Métodos de Pesquisa que você pode usar em um trabalho acadêmico, além de mostrar qual a importância deles e suas aplicações com exemplos.

Durante a leitura, você também encontrará indicações de leituras para aprofundar mais seu conhecimento, além de explicações de características de cada método de pesquisa.

Mas, o que é preciso saber antes de elaborar o método de pesquisa?

Antes de pensar qual o método de pesquisa você quer usar, é importante que já tenha um tema de pesquisa, um objeto e um objetivo.

Já começamos assim, dando sugestões de leituras, caso não tenha estes três pontos da pesquisa.

Este último ponto – o objetivo – é fundamental, pois será ele que irá definir o seu método de pesquisa.

Mas, por qual motivo? Vamos te explicar melhor.

Para ficar mais fácil de compreender, podemos fazer um paralelo com uma viagem. Vamos pensar que o seu objetivo é ir de um ponto a outro ponto.

O seu método será como você chegará neste outro ponto, certo?

Por exemplo, se for necessário que você atravesse um mar ou um rio para chegar no seu destino, um método de ir de carro ou a pé poderá ser um fracasso.

Logicamente, você precisa de um método que seja algo como um avião ou um barco.

E, caso tenha que incluir terra e mar, você poderá combinar um carro com um barco, ou até mesmo um carro ou bicicleta com um avião.

Veja que são inúmeras possibilidades que revelam diferentes percursos (métodos) para você atingir o seu objetivo.

Então, lembre-se disso quando for pensar seu método, ou seja: qual o caminho que é possível de ser tomado que fará você chegar aonde quer e com qualidade.

Então, qual o significado e conceito de Método de Pesquisa?

O método de pesquisa é o caminho sistemático e organizado que o pesquisador escolhe para investigar um problema ou fenômeno. Ele guia o processo de busca por respostas, definindo as estratégias, técnicas e procedimentos que serão utilizados para coletar, analisar e interpretar dados.

Ele não é apenas um conjunto de regras a serem seguidas, mas uma abordagem reflexiva que ajuda a garantir a validade e confiabilidade dos resultados obtidos.

Servindo como uma ponte de ligação entre as perguntas que fazemos e as respostas que buscamos, assegurando que o conhecimento seja construído de forma rigorosa e sistemática.

Vamos conhecer os possíveis métodos de pesquisa?

→ Veja o índice do que trazemos hoje:

Conheça os Métodos de Pesquisa mais Clássicos

Fundamentos metodológicos e os Métodos de Pesquisa mais Clássicos
Métodos de Pesquisa Clássicos e as bases sólidas para a construção do conhecimento científico

Os métodos de pesquisa são compostos por uma série de técnicas de pesquisa.

Dessa maneira, te apresentaremos os métodos a seguir sendo que, você pode usá-los junto com certas técnicas de pesquisa para conseguir coletar os dados.

Como você já sabe, os métodos de pesquisa científica são ferramentas para a construção do conhecimento, permitindo que pesquisadores investiguem fenômenos, testem hipóteses e cheguem a conclusões confiáveis.

Cada método possui características e aplicações específicas, adaptando-se a diferentes tipos de pesquisa e objetivos.

Então, vamos conferir mais sobre alguns métodos?

Método Dedutivo: Do Geral ao Particular

Processo lógico de dedução na pesquisa científica
Método Dedutivo: construa conclusões em sua pesquisa a partir de premissas gerais

O Método Dedutivo é uma abordagem lógica que parte de premissas gerais (leis ou teorias) para chegar a conclusões particulares.

Ele nos permite enxergar as implicações específicas de princípios mais amplos.

 

Entenda: o principal ponto do Método Dedutivo está na sua confiabilidade: se as premissas iniciais forem verdadeiras e o raciocínio lógico for válido, a conclusão também será verdadeira.

 

Como em um quebra-cabeça: se todas as peças se encaixam perfeitamente, a imagem final será necessariamente correta.

É um método muito utilizado em áreas como matemática e física, onde leis e teorias bem estabelecidas permitem deduzir consequências específicas.

Mas não se engane, ele também tem aplicações práticas em nosso dia a dia. Vamos ver alguns exemplos bem básicos para entender melhor?

 

  • O clássico silogismo:

Premissa 1: Todos os homens são mortais.

Premissa 2: Sócrates é um homem.

Conclusão: Portanto, Sócrates é mortal.

 

  • Na física:

Lei geral: Todos os corpos são atraídos pela gravidade da Terra.

Observação: Esta maçã é um corpo.

Conclusão: Portanto, esta maçã será atraída pela gravidade da Terra e cairá se solta no ar.

 

  • No dia a dia:

Regra geral: Quando chove, as ruas ficam molhadas.

Observação: Está chovendo agora.

Conclusão: Portanto, as ruas estão molhadas.

 

  • Na matemática:

Regra: Todos os números pares são divisíveis por 2.

Observação: 14 é um número par.

Conclusão: Portanto, 14 é divisível por 2.

 

Um exemplo famoso e mais complexo é a dedução da gravidade por Newton.

Ele partiu de observações gerais sobre o movimento dos corpos celestes e deduziu uma lei universal da gravitação que se aplicava tanto a maçãs caindo de árvores quanto a planetas orbitando o sol.

O Método Dedutivo é uma boa ferramenta, mas é importante lembrar que sua validade depende da veracidade das premissas iniciais.

Se começarmos com uma premissa falsa, mesmo que o raciocínio seja impecável, chegaremos a uma conclusão equivocada.

Então, da próxima vez que você se pegar pensando “se A é verdadeiro, e B também é verdadeiro, então C deve ser verdadeiro”, saiba que está colocando o Método Dedutivo em prática!

Método Indutivo: Do Particular ao Geral

Método Indutivo: Observações específicas levando a teorias amplas
Método Indutivo: Padrões emergentes de casos individuais para generalizações

O Método Indutivo é como um detetive que observa pistas bem específicas para encontrar uma resposta maior.

Então, partimos da observação de casos particulares para formular generalizações, entende?

Lembra do caso do quebra-cabeça? Agora não temos a imagem final como referência.

Assim, neste método, a partir da análise de um conjunto de dados, buscamos identificar padrões e tendências que nos permitam formular hipóteses ou teorias mais amplas.

O Método Indutivo não garante conclusões absolutamente verdadeiras.

Afinal, sempre pode haver uma exceção que não observamos.

Mas saiba que ele é fundamental para a construção de novos conhecimentos e teorias!

Quer alguns exemplos para entender melhor?

  • Na biologia:

Observação 1: O pássaro A tem penas e voa.

Observação 2: O pássaro B tem penas e voa.

Observação 3: O pássaro C tem penas e voa.

Generalização: Todos os pássaros têm penas e voam.

Obs: Sabemos que nem todos os pássaros voam, como o pinguim, mas isso ilustra como o método funciona, mas também mostra suas limitações!

  • Na medicina:

Observação 1: Paciente X tomou o medicamento Y e melhorou da doença Z.

Observação 2: Paciente A tomou o medicamento Y e melhorou da doença Z.

Observação 3: Paciente B tomou o medicamento Y e melhorou da doença Z.

Generalização: O medicamento Y é eficaz no tratamento da doença Z.

  • No dia a dia:

Observação 1: Na segunda-feira, o ônibus das 8h chegou atrasado.

Observação 2: Na terça-feira, o ônibus das 8h chegou atrasado.

Observação 3: Na quarta-feira, o ônibus das 8h chegou atrasado.

Generalização: O ônibus das 8h sempre chega atrasado.

  • Na física:

Observação 1: A maçã cai da árvore em direção ao chão.

Observação 2: A folha cai da árvore em direção ao chão.

Observação 3: A chuva cai das nuvens em direção ao chão.

Generalização: Existe uma força que atrai os objetos em direção ao centro da Terra (o que levou à teoria da gravidade).

Vamos ao exemplo famoso? Temos o trabalho de Charles Darwin.

Ele observou várias espécies de animais em diferentes ilhas, notou suas semelhanças e diferenças, e a partir dessas observações particulares, formulou a teoria geral da evolução por seleção natural.

Você sabia deste, não é?

É importante lembrar que o Método Indutivo, embora importante, tem suas limitações. As conclusões são prováveis, mas não necessariamente verdadeiras em todos os casos.

Por isso, na ciência, as teorias formuladas por indução estão sempre abertas a revisões conforme novas evidências surgem.

Método Hipotético-Dedutivo e a Descoberta Científica

Método Hipotético-Dedutivo: Ciclo de hipóteses e testes na pesquisa científica
Método Hipotético-Dedutivo e o Processo iterativo de proposição e teste de teorias

O Método Hipotético-Dedutivo também é parecido com um detetive. Mas este não só observa as pistas.

Ele também formula teorias e as testa.

É uma combinação dos métodos dedutivo e indutivo, que cria um ciclo de investigação para impulsiona o avanço do conhecimento científico.

Este método parte da formulação de uma hipótese explicativa para um fenômeno observado.

É como se disséssemos: “E se a explicação for esta?”.

A partir dessa hipótese, deduzem-se consequências testáveis, que são então confrontadas com a realidade por meio de experimentos ou observações.

É como se estivéssemos perguntando à natureza: “Se minha hipótese estiver correta, isso deveria acontecer, certo?”.

As técnicas de pesquisa comumente usadas neste método incluem experimentos controlados, observações sistemáticas e análises estatísticas.

A confirmação ou refutação das consequências permite avaliar a validade da hipótese original, propor alterações nela e até mesmo refutá-la completamente.

É um processo de refinamento contínuo do conhecimento.

Agora, vamos ver alguns exemplos para entender melhor?

 

  • Na medicina:

Observação: Muitas pessoas estão ficando doentes em uma cidade.

Hipótese: A água da cidade está contaminada.

Dedução: Se a hipótese for verdadeira, pessoas que não bebem água da cidade não ficarão doentes.

Teste: Comparar a incidência da doença entre pessoas que bebem e não bebem água da cidade.

Conclusão: Com base nos resultados, a hipótese é confirmada, refutada ou ajustada.

 

  • Na astronomia:

Observação: Planetas parecem mudar de direção no céu periodicamente.

Hipótese: Os planetas orbitam o Sol, não a Terra.

Dedução: Se a hipótese for verdadeira, deveríamos ver padrões específicos de movimento planetário.

Teste: Observações detalhadas dos movimentos planetários ao longo do tempo.

Conclusão: A hipótese heliocêntrica é confirmada (como fez Copérnico).

 

  • Na biologia:

Observação: Bactérias morrem quando expostas a certo fungo.

Hipótese: O fungo produz uma substância antibacteriana.

Dedução: Se a hipótese for verdadeira, isolar essa substância do fungo deve matar bactérias.

Teste: Isolar componentes do fungo e testá-los contra bactérias.

Conclusão: A descoberta da penicilina por Alexander Fleming seguiu um processo semelhante.

 

  • No dia a dia:

Observação: O carro não está ligando.

Hipótese: A bateria está descarregada.

Dedução: Se a hipótese for verdadeira, trocar a bateria deve resolver o problema.

Teste: Substituir a bateria por uma nova.

Conclusão: Se o carro ligar, a hipótese é confirmada; caso contrário, é preciso formular uma nova hipótese.

O Método Hipotético-Dedutivo é bem importante na ciência moderna, pois nos permite testar ideias de forma sistemática, refinando nosso entendimento do mundo.

É importante lembrar que, mesmo quando uma hipótese é confirmada, ela permanece aberta a futuras revisões à luz de novas evidências.

Método Dialético e o embate de ideias

Método Dialético e o confronto de perspectivas na evolução do conhecimento
Método Dialético: Transformação do pensamento através da contraposição

Partindo do mesmo raciocínio, o Método Dialético é como uma conversa animada entre ideias opostas.

Cada “choque” entre as ideias diferentes gera uma compreensão mais profunda.

Então você entendeu que este método se baseia na contraposição de ideias (tese versus antítese) para chegar a uma síntese.

É como se estivéssemos assistindo a um debate em que, ao final, surge uma nova perspectiva que incorpora os melhores elementos de ambos os lados.

Interessante, não é?

A dialética não vê o mundo como algo estático, mas como um processo em constante transformação. É como observar um rio: nunca é o mesmo, está sempre em movimento, sempre mudando.

 

Este método é particularmente útil para analisar fenômenos sociais e históricos, onde diferentes perspectivas e interesses estão em jogo e onde se pode ver o embate entre eles.

Vamos trazer o contexto histórico deste método?

Desenvolveu-se desde a Grécia antiga com a dialética de Sócrates, que usava o diálogo e o questionamento para chegar à verdade.

Depois, foi se transformando, principalmente com Hegel, que via a história como um processo dialético de evolução das ideias.

Posteriormente, Karl Marx propôs o materialismo histórico-dialético, aplicando o método à análise das relações econômicas e sociais.

Como de costume, vamos ver alguns exemplos.

 

  • Na política:

Tese: O Estado deve ter controle total sobre a economia.

Antítese: O mercado deve ser totalmente livre, sem intervenção estatal.

Síntese: Uma economia mista, com regulação estatal em setores estratégicos e liberdade de mercado em outros.

 

  • Na educação:

Tese: O ensino deve focar exclusivamente em conteúdos acadêmicos.

Antítese: A educação deve priorizar habilidades práticas para o mercado de trabalho.

Síntese: Um modelo educacional que integra conhecimentos acadêmicos com habilidades práticas e socioemocionais.

 

  • Na história:

Tese: O feudalismo, com sua estrutura social rígida.

Antítese: O surgimento da burguesia e do capitalismo mercantil.

Síntese: A transição para o capitalismo industrial e uma nova ordem social.

 

  • No dia a dia:

Tese: Trabalhar o máximo possível para ter sucesso financeiro.

Antítese: Priorizar o lazer e a qualidade de vida sobre o trabalho.

Síntese: Buscar um equilíbrio entre carreira e vida pessoal, o chamado “work-life balance”.

 

 

O Método Dialético nos ensina que o conhecimento não é estático, mas evolui através do confronto de ideias. Ele nos encoraja a considerar diferentes perspectivas e a buscar sínteses que superem as limitações das visões iniciais.

 

Então, da próxima vez que você se deparar com ideias aparentemente contraditórias, lembre-se: pode ser uma oportunidade para aplicar o Método Dialético e chegar a uma compreensão mais profunda e abrangente!

Método Fenomenológico e a Experiência Humana

Método Fenomenológico: Exploração da consciência e percepção individual
Método Fenomenológico: Compreensão profunda dos fenômenos vivenciados

Agora, o Método Fenomenológico é como entrar na mente humana, buscando entender como as pessoas vivenciam e dão significado ao mundo ao seu redor.

Ele se concentra na descrição e compreensão da experiência subjetiva dos indivíduos. É como ver o mundo através dos olhos de outra pessoa.

A fenomenologia busca apreender o significado que os fenômenos têm para as pessoas, sem se preocupar em explicá-los causalmente.

Não pergunta “por que isso acontece?”, mas sim “como isso é vivenciado?”.

Diferente, não é?

Este método valoriza a descrição detalhada das vivências, buscando identificar os elementos essenciais que constituem a experiência humana.

Vamos aos exemplos para que você entenda melhor.

 

  • Na psicologia:

Fenômeno: Ansiedade

Abordagem fenomenológica: Em vez de apenas listar sintomas, busca-se compreender como a pessoa experimenta a ansiedade. Como ela descreve a sensação? Que pensamentos surgem? Como isso afeta sua percepção do mundo?

 

  • Na educação:

Fenômeno: Aprendizagem

Abordagem fenomenológica: Investigar como os estudantes vivenciam o processo de aprender. Quais são suas emoções? Como percebem sua própria evolução? O que significa para eles “entender” algo?

 

  • Na saúde:

Fenômeno: Dor crônica

Abordagem fenomenológica: Além de medir a intensidade da dor, busca-se entender como a pessoa vive com essa dor. Como ela afeta suas relações, sua autoimagem, seus planos para o futuro?

 

  • No marketing:

Fenômeno: Experiência de compra

Abordagem fenomenológica: Em vez de apenas analisar dados de vendas, busca-se compreender como os consumidores vivenciam o processo de compra. Que emoções estão envolvidas? Como eles descrevem a experiência de usar o produto?

 

  • Na arquitetura:

Fenômeno: Espaço urbano

Abordagem fenomenológica: Investigar como as pessoas experimentam diferentes espaços da cidade. Como se sentem em praças abertas versus ruas estreitas? Que memórias e associações esses espaços evocam?

 

Então, o Método Fenomenológico nos lembra que, por trás de cada dado estatístico ou comportamento observável, há uma rica experiência subjetiva.

Ele nos convida a suspender nossas pressuposições e realmente escutar e compreender a experiência do outro.

Então, da próxima vez que você se pegar querendo realmente entender como alguém está vivenciando algo, sem julgamentos ou explicações prévias, saiba que está se aproximando do espírito do Método Fenomenológico.

 

Bom, deu para perceber que cada um desses métodos possui suas características, não é mesmo?

Cada é mais adequado para determinados tipos de pesquisa.

Por isso dissemos que a escolha do método de pesquisa correto depende do objeto de estudo, dos objetivos da pesquisa e da abordagem teórica adotada.

É fundamental que você – como pesquisador – tenha clareza sobre o método escolhido e suas implicações, garantindo o rigor e a validade de sua investigação.

Conforme dito anteriormente, esses são métodos de pesquisa, mas você ainda terá de usar uma série de técnicas para fazer a coleta de dados.

Neste caso, são técnicas como observação, aplicação de entrevistas, questionários etc.

Você pode conhecer mais lendo os artigos:

 

É importante que as técnicas que você vier a escolher estejam alinhadas com o seu propósito de pesquisa e que você consiga fazer a devida relação entre elas com o seu método.

Vamos aprofundar mais esta questão?

Características e Aplicações dos Métodos de Pesquisa

Análise comparativa de abordagens metodológicas
Entenda através deste guia para escolha da metodologia adequada

Você já entendeu que cada método de pesquisa possui suas características que o tornam mais adequado para determinados tipos de investigação.

Pois bem. Compreender essas nuances nos ajuda a escolher a abordagem mais apropriada para cada situação de pesquisa.

Vamos apontar estas características e aplicações?

Começamos com o Método Dedutivo, que se destaca pela sua capacidade de oferecer conclusões lógicas e confiáveis quando as premissas iniciais são verdadeiras.

Ele é particularmente útil para testar teorias existentes em novos contextos.

Por exemplo, na matemática, podemos deduzir com certeza que se todos os quadrados têm quatro lados iguais, e a figura A é um quadrado, então A tem quatro lados iguais.

No entanto, é importante notar que este método depende fortemente da veracidade das premissas iniciais e pode não gerar novos conhecimentos além do que já está contido nessas premissas.

Em áreas como as ciências sociais, onde as premissas nem sempre são universalmente verdadeiras, o método dedutivo pode ter aplicações limitadas.

Por sua vez, o Método Indutivo permite a criação de novas teorias a partir de observações.

Ele é flexível e aberto a descobertas inesperadas. Isso torna-o indicado para pesquisas exploratórias.

Um pesquisador de marketing, por exemplo, pode observar o comportamento de consumidores para formular novas teorias sobre padrões de compra.

No entanto, é importante lembrar que as conclusões obtidas por indução são prováveis, não certezas absolutas, certo?

Generalizar que “todos os cisnes são brancos” após observar apenas cisnes brancos seria uma aplicação precipitada deste método.

Mas aí tem o Método Hipotético-Dedutivo, que combina a criatividade na formulação de hipóteses com o rigor nos testes.

Isso permite o refinamento contínuo das teorias.

Este método é ideal para pesquisas científicas, como testar a eficácia de um novo medicamento.

Pois ele permite que os pesquisadores proponham soluções para problemas e as testem sistematicamente.

Contudo, pode ser um processo demorado e custoso, especialmente quando é necessário testar múltiplas hipóteses.

Além disso, em áreas como a psicologia, nem sempre é possível isolar e testar todas as variáveis relevantes. Fica a dica!

Agora, o Método Dialético.

Ele se destaca por considerar múltiplas perspectivas e a natureza dinâmica da realidade, não é mesmo?

Ele também é particularmente útil para analisar processos de mudança e conflitos ao longo do tempo.

Quer um exemplo?

Ele pode ser valioso para examinar a evolução dos direitos trabalhistas, considerando as forças contraditórias que impulsionam mudanças sociais.

Mas cuidado. Este método pode às vezes simplificar demais situações complexas, reduzindo-as a oposições binárias, e nem sempre a síntese é possível ou desejável em todos os casos.

Para finalizar a apresentação das características, o Método Fenomenológico oferece uma compreensão profunda das experiências subjetivas.

Isso valoriza a perspectiva individual e os significados pessoais, lembra?

Este método é excelente para entender experiências complexas como o luto ou a criatividade artística. Ele permite aos pesquisadores estudarem a vivência dos indivíduos de uma maneira que outros métodos não conseguem.

Agora o ponto contra!

Pode ser considerado menos “objetivo” ou generalizável, e exige grande habilidade do pesquisador para interpretar as experiências sem impor suas próprias visões.

 

Então, é importante lembrar que a escolha do método depende do objetivo da pesquisa, da natureza do fenômeno estudado e dos recursos disponíveis.

Muitas vezes, a combinação de métodos pode oferecer uma compreensão mais completa e rica do tema em questão.

Cada método tem seu lugar e valor nas pesquisas, e o pesquisador saberá quando e como aplicá-los para obter os melhores resultados, certo?

Agora, sabia que existem outros métodos de pesquisas mais recentes?

10 Métodos de Pesquisa com abordagens mais recentes

Inovações metodológicas na pesquisa contemporânea
Conheça novas perspectivas para desafios de pesquisa modernos

Naturalmente, o campo da metodologia de pesquisa está em evolução, adaptando-se às mudanças tecnológicas, sociais e epistemológicas do nosso tempo.

Enquanto os métodos clássicos apresentados acima continuam relevantes, novas abordagens têm surgido para enfrentar os desafios contemporâneos e aproveitar as oportunidades emergentes.

Novas metodologias refletem uma tendência para pesquisas mais integradas, participativas e tecnologicamente informadas.

 

Entre as abordagens que têm ganhado destaque na pesquisa nos últimos anos, os Métodos Mistos se destacam por sua capacidade de combinar o melhor dos mundos quantitativo e qualitativo.

Esta abordagem reconhece que fenômenos complexos muitas vezes requerem múltiplas perspectivas para serem compreendidos em sua totalidade.

Quer um exemplo?

Imagine um estudo sobre o impacto de uma política pública: dados estatísticos podem revelar tendências gerais, enquanto entrevistas aprofundadas oferecem ideias sobre as experiências individuais dos cidadãos.

Agora, um método bem usado ultimamente.

A Pesquisa-Ação Participativa, por sua vez, desafia a tradicional separação entre pesquisador e objeto de estudo.

Nesta abordagem, as comunidades estudadas tornam-se colaboradoras ativas no processo de investigação.

Diferente, não é?

Um exemplo é um projeto de revitalização urbana onde moradores locais não apenas fornecem dados, mas participam ativamente na formulação de questões de pesquisa e na implementação de soluções.

Percebe como isto muda completamente uma pesquisa?

Agora, vamos falar da tecnologia?

No mundo digital em que vivemos, a Netnografia emerge como uma adaptação criativa dos métodos etnográficos tradicionais.

Este método permite aos pesquisadores aprofundar nas culturas online, observando interações em fóruns, redes sociais e comunidades virtuais.

Um netnógrafo poderia, por exemplo, estudar como se formam e evoluem movimentos sociais no ambiente digital.

Quer mais tecnologia? A era do Big Data trouxe consigo oportunidades para a pesquisa.

A Análise de Big Data vai além das técnicas estatísticas tradicionais, incorporando algoritmos de aprendizado de máquina e inteligência artificial para extrair novas ideias a partir de vastos conjuntos de dados.

Esta abordagem tem revolucionado campos tão diversos quanto a genômica, o marketing e a climatologia.

Mais uma novidade, a Pesquisa Baseada em Design representa uma ligação entre teoria e prática.

Comum em áreas como educação e tecnologia, este método envolve ciclos iterativos de desenvolvimento e teste de soluções práticas.

Imagine um grupo de pesquisadores trabalhando em estreita colaboração com professores para desenvolver e refinar uma nova abordagem pedagógica, combinando conceitos teóricos com o mundo real.

Interessante, não é?

Continuando com métodos de pesquisa inovadores, encontramos abordagens que aproveitam a onipresença da tecnologia móvel em nossas vidas.

Os Métodos de Pesquisa Móvel transformam smartphones em ferramentas de coleta de dados.

Imagine um estudo sobre hábitos alimentares onde os participantes fotografam suas refeições e registram suas emoções em tempo real.

Esta nova abordagem oferece uma janela para o comportamento humano em seu contexto natural, minimizando o viés de memória.

Quer outro método? A democratização da ciência ganha força com a Ciência Cidadã, um método que convida o público geral a contribuir ativamente para a pesquisa científica.

De observações astronômicas a monitoramento da biodiversidade, projetos de ciência cidadã podem coletar dados em uma escala impossível para equipes de pesquisa tradicionais.

Esta abordagem não apenas amplia o alcance da pesquisa, mas também promove a alfabetização científica e o engajamento público.

Continuando com a tecnologia como criador de métodos, a Análise de Redes Sociais oferece ferramentas para compreender as complexas teias de relações humanas.

Este método vai além do estudo de indivíduos isolados, focando nas conexões entre eles.

Aplicações variam desde o mapeamento da disseminação de informações em redes sociais até a compreensão de dinâmicas organizacionais em empresas.

Outro método: a arte e a ciência se entrelaçam na Pesquisa Baseada em Artes, um método que reconhece o poder da expressão artística como meio de investigação e comunicação de resultados.

Esta abordagem é particularmente diferente para estudar experiências humanas complexas e emocionalmente carregadas.

Um pesquisador poderia, por exemplo, usar fotografia ou teatro para investigar e representar as vivências de refugiados, oferecendo ideias que vão além das palavras.

Para completar, trazemos os Métodos de Pesquisa Descoloniais, que emergem como uma resposta crítica aos paradigmas de pesquisa dominantes.

Esta abordagem busca desafiar e desconstruir pressupostos eurocêntricos, valorizando conhecimentos e metodologias indígenas e não-ocidentais.

Ao reconhecer a diversidade de formas de saber e fazer pesquisa, estes métodos abrem caminho para uma ciência mais inclusiva e culturalmente sensível.

Gostou?

Cada um desses métodos reflete não apenas avanços tecnológicos, mas também mudanças fundamentais em nossa compreensão do que constitui conhecimento e como ele pode ser produzido.

Eles nos convidam a repensar as fronteiras tradicionais entre pesquisador e pesquisado, entre objetividade e subjetividade, entre ciência e sociedade.

Ao adotar estas abordagens inovadoras, você que é um pesquisador contemporâneo, está equipado para estudar desafios complexos e multifacetados do nosso tempo.

Isso vai auxiliar a produzir conhecimentos que são não apenas rigorosos, mas também relevantes e acessíveis para um público mais amplo.

Dicas importantes para seu método

Dicas para aprimorar a metodologia de pesquisa
Ideias práticas para melhorar a qualidade da pesquisa

Como você já sabe, a escolha dos métodos de pesquisa é um ponto bem importante do seu trabalho.

Então, selecione os métodos mais adequados ao seu problema de pesquisa e aos seus objetivos e aplique-os com rigor e cuidado.

E lembre-se: você não precisa usar somente um método e segui-lo até o fim.

A partir do que for a sua pesquisa, você pode ajustá-lo e misturá-lo com outros métodos.

Mas, para isso, é fundamental que você tenha um ótimo conhecimento dos métodos que estiver usando e que faça o embasamento teórico que justifique a mistura deles.

Também tenha uma justificativa clara e objetiva para a escolha do método que você usará, combinado?

Ela faz parte do processo de construção de conhecimento científico e mostra como sua escolha foi racional e não somente porque teve maior afeição por um tipo de método, entende?

Uma pesquisa pode ser completamente invalidada caso o seu método e suas técnicas de pesquisa não estejam claros.

Se esses elementos não tiverem relação com os objetivos da pesquisa, ela pode ser desqualificada com facilidade pois lhe faltará critério científico.

Por fim, juntamente com o seu método, é fundamental que você tenha planejamento.

Elabore um cronograma detalhado para garantir que todas as etapas sejam cumpridas dentro do prazo.

Boa pesquisa! Se gostou, compartilhe.

Conheça também os artigos que indicamos durante sua leitura.

Referências:

  1. GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
  2. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2021.
  3. CRESWELL, John W.; CRESWELL, J. David. Projeto de pesquisa: Métodos qualitativo, quantitativo e misto. 5. ed. Porto Alegre: Penso, 2021.
  4. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 24. ed. São Paulo: Cortez, 2016.
  5. MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social: Teoria, método e criatividade. 34. ed. Petrópolis: Vozes, 2015.
  6. PRODANOV, Cleber Cristiano; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho científico: Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.
  7. FLICK, Uwe. Introdução à metodologia de pesquisa: um guia para iniciantes. Porto Alegre: Penso, 2013.
  8. DEMO, Pedro. Metodologia do conhecimento científico. São Paulo: Atlas, 2000.
  9. KÖCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica: teoria da ciência e iniciação à pesquisa. 34. ed. Petrópolis: Vozes, 2015.
  10. SAMPIERI, Roberto Hernández; COLLADO, Carlos Fernández; LUCIO, María del Pilar Baptista. Metodologia de pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: Penso, 2013.
  11. FROSSARD, Fabio. Qual a diferença entre Método Dedutivo e Indutivo? Aluno Expert, [s.l.], [s.d.]. Disponível em: https://alunoexpert.com.br/qual-a-diferenca-entre-metodo-dedutivo-e-indutivo/. Acesso em: 24 Set. 2024.
  12. FROSSARD, Fabio. O que é Materialismo Histórico ou Método Materialista Histórico Dialético? Aluno Expert, [s.l.], [s.d.]. Disponível em: https://alunoexpert.com.br/o-que-e-materialismo-historico-ou-metodo-materialista-historico-dialetico/. Acesso em: 24 Set. 2024.
  13. FROSSARD, Fabio. Entenda Fenomenologia e o Método Fenomenológico. Aluno Expert, [s.l.], [s.d.]. Disponível em: https://alunoexpert.com.br/fenomenologia-e-o-metodo-fenomenologico/. Acesso em: 24 Set. 2024.
  14. FROSSARD, Fabio. Procedimentos Metodológicos, Método e Metodologia de Pesquisa. Aluno Expert, [s.l.], [s.d.]. Disponível em: https://alunoexpert.com.br/procedimentos-metodologicos/. Acesso em: 24 Set. 2024.
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